sexta-feira, 12 de agosto de 2011

IMAGEM

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Eu estou ali, olhando naquele espelho que não retrata o meu “eu” apenas uma figura que me empresta contornos, mas que não sou eu...
Eu estou ali, imagem viva de uma projeção inerte por momentos sem vida que espelha uma sombra de alguns momentos vividos que chegou até aqui, apesar de muita sofrida, trazendo uma esperança, quem sabe de em outras vidas, ser como gostaria de ter vivido neste momento.
Quem me olha, nesse reflexo, não tem nada comigo, essa projeção sem sentimentos e emoções foi criada e não vivida na trajetória que eu chamo de vida. É o meu “eu” externo que me foi dado sem poder de decisão como quase tudo que tem forma já antes estabelecida...
Ela me assusta, porque não tem sentimentos, e as vezes é tão fria que me impede de sentir as emoções que tenho dentro do peito. Ela é a minha embalagem descartável que me acompanha como uma sombra, não deixando que eu fique sem ela nem um segundo. Ela é a minha forma de ser, fria como uma máquina e indiferente aos momentos que possuo e que não tem o menor significado na sua existência.
Tem certas horas que eu gostaria que não houvesse reflexo nenhum, que eu fosse apenas os meus sonhos sem forma determinada.
Quem sabe em um determinado momento eu pudesse ver ali refletindo o meu “eu” do outro lado, com tudo que eu sonhei, ganhando nesse momento forma de vida...
Não haveria necessidade de mais nada, porque ali estaria um retrato de vida pura como sempre foi, e que sempre viveu em mim perdido.
Eu sei que, posso até parecer um louco, mas, quem se perde na procura de algo maior do que imagina, tem que sonhar um pouco.
Um dia quem sabe... as coisas mudem aqui dentro, nesse dia já não existirão espelhos nem dentro nem fora de mim. Eu não serei reflexo porque tudo será igual nos dois espaços da mesma forma, sem necessidade de criar imagens de mim

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